segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Yvel, há mais de quarenta anos colocando o vento a serviço do agricultor nordestino (fevereiro de 2000)

Um dos cataventos da Yvel,  já totalmente integrados a paisagem rural do Nordeste.
Desenvolvendo como atividade principal, a fabricação de cata-ventos para bombeamento d´agua, e tendo sido a pioneira no Nordeste, a Cata-ventos Yvel tem seu nome bastante difundido através do seu principal produto, que marca grande parte da paisagem rural nordestina, trazendo os benefícios da energia eólica para praticamente toda a região.

ATIVIDADE DESPERTADA PELA BUSCA DE UMA SOLUÇÃO PARA UM PROBLEMA REGIONAL
Tendo inicado suas atividades em 1957, como uma pequena metalúrgica fabricante de armadores de rede, em Campina Grande, importante cidade do agreste paraibano, a Yvel calcada no espírito criativo e empreendedor de seu fundador, Eliphas Levy Ribeiro de Almeida, sempre teve como uma de suas diretrizes a busca de novas soluções.
No ano de 1959, conforme relato deixado pelo Sr. Eliphas, com o incentivo a perfuração de poços no Nordeste, um amigo seu, o Leonardo de Melo, prevendo a grande necessidade de bombeamento de água na região, passou a incentivá-lo a dedicar-se a fabricação de cataventos - a esta altura a empresa já havia produzido experimentalmente, e com sucesso, uma bomba manual para cacimbão - Acatada a sugestão, os dois viajaram em busca de um modelo que servisse de base ao projeto, tendo sido encontrado uma unidade em funcionamento na estação de trem de Sapé, cidade próxima a capital do estado.
Com tal subsídio o projeto não demorou a se materializar, e no mesmo ano, com algumas modificações em relação ao modelo base, foi fabricada e instalada a primeira unidade do produto que se tornaria o "carro chefe da empresa".
A empresa conseguiu alcançar um progresso significativo, passando gradativamente a contar também com o reforço dos filhos de seu fundador em sua administração. Em 1984 adquiriu sede própria, que é a atual e ocupa uma área coberta de 3.200 m², e até presente data, segundo estimativas preliminares, já produziu aproximadamente 20.000 cataventos.

Apesar do falecimento do Sr. Eliphas Levy, ocorrido em 1998, a dinâmica de empreendimentos na empresa, que já contava com a administração de seus filhos há algum tempo, continua, e desde 1999 a empresa passou a explorar também a perfuração de poços, aumentando o leque de atividades, que inclui serviços de fundição e manutenção de máquinas pesadas.
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DESAFIO: UM DOS PRINCIPAIS COMBUSTÍVEIS DA EMPRESA

Em nossa visita a Yvel, fomos recebidos pelo Sr. Eliphas Filho - um de seus diretores - acompanhado do Sr. Edmilson Soares - um dos primeiros funcionários e ainda colaborador. Durante a conversa, um dos temas bastante evidenciados, foi a constante busca, pela empresa, de soluções para problemas de vários setores produtivos, tendo conseguido com sucesso a fabricação de vários equipamentos, que apesar de não terem sido incorporados a linha de produção da empresa, serviram de exercício para aprimorar a capacidade de concepção produtiva da mesma, além de favorecer alguns clientes com soluções ímpares, entre esses equipamentos foram destacados.
  • Bate-estacas para perfuração de poços
  • Micro-trator
  • Hidrolisador para bagaço de cana
  • Prensa para beneficiamento de couro
  • Guindaste para pedreiras
  • Desempenador de arames
  • Fabricação de campânulas para biodigestores
  • Máquinas para colagem e encadernamento
  • Politriz, etc.
A empresa chegou a desenvolver experimentalmente aerogeradores, inclusive com o desenvolvimento das unidades eletro-geradoras, tendo sido criado um centro de pesquisa de energia eólica para avaliação e aperfeiçoamento.
Um produto inédito desenvolvido na empresa e que foi incorporado a linha de produção, tendo sido fabricado mais de quarenta unidades, foi o catavento pneumático que nasceu da parceria com uma empresa da Bahia que explorava a perfuração de poços d´agua. O sistema era utilizado para pressurização dos poços, o que permitia a elevação da água acima da superfície por pressão pneumática, formando um sistema bastante eficiente no que se refere ao armazenamento da energia obtida, estocando-a sob a forma de ar-comprimido no próprio poço. A produção só foi descontinuada devido a mudança de atividades da outra empresa envolvida no empreendimento.

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APLICAÇÃO E BENEFÍCIOS DOS CATAVENTOS



Durante a nossa visita a Yvel,:pudemos esclarecer algumas curiosidades sobre os cata-ventos:

  • Em relação a seu uso pode ser empregado tanto para poços, como para água de superfície proveniente de açudes, rios e cacimbões entre outros. As configurações podem ser as mais variadas, e para atender as diversas situações, a empresa fabrica diversos tamanhos de rotores multi pás (popularmente chamados de rodas). A altura da torre também pode variar afim de obter-se um melhor aproveitamento.
  • Na maioria dos casos, devido a simplificação da transmissão mecânica, os cata-ventos são montados sobre a fonte de água, neles o movimento rotativo do rotor é transformado em movimento alternado através de um virabrequim acoplado a uma redução no eixo do rotor. A transmissão deste movimento até a bomba é feita por intermédio de uma haste rígida, disposta verticalmente no centro da torre. Em alguns casos, devido a interferência negativa do relevo nas correntes de vento no local da fonte d'água, são utilizados sistemas, de polias e cabos de aço, para permitir um distanciamento vertical do cata-vento até um local com maior disponibilidade de vento.
  • Em relação a produtividade, os valores conseguidos, além de variarem em função da disponibilidade de ventos, variam em função da distância da fonte até o local de destino (que pode ultrapassar os 700 metros), e da diferença de altura (onde pode-se ter valores de até mais de cem metros), ficando o volume diário médio obtido numa faixa de 300 a 4.500 litros dependendo do modelo e sobretudo dos fatores citados.
  • Quanto a durabilidade, os cata-ventos podem ter vida útil de mais de trinta anos. Como exemplo disto nos foi mencionado a primeira unidade produzida pela Yvel , que trabalhou mais de trinta e cinco anos a fio, até ser substituído por uma nova.A manutenção preventiva resume-se a lubrificação das partes móveis e pintura da torre. Um fator de desgaste para a bomba, é o nível de impurezas sólidas na água, se este índice for desprezível e se a manutenção preventiva for feita atentamente, segundo o Sr. Edmilson, pode-se ter mais de cinco anos sem a necessidade de intervenção corretiva.
  • Quanto ao custo inicial, varia de acordo com o modelo e altura da torre, custando já montada no local, valores a partir de dois mil Reais.

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