O Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios – PRODEEM - foi criado em 1994, pelo Departamento Nacional de Desenvolvimento Energético, do Ministério das Minas e Energia, com o objetivo de atender às populações desassistidas de rede elétrica convencional, utilizando-se de fontes energéticas renováveis e livres de poluição.
Os sistemas energéticos utilizados pelo programa incluem painéis fotovoltáicos, que expostos à luz solar produzem eletricidade em corrente contínua, podendo ser usada diretamente ou armazenada em baterias para uso posterior. Utilizam-se, também, de aerogeradores e cataventos, pequenas centrais hidrelétricas, combustíveis derivados da biomassa ( álcool, óleos vegetais, resíduos florestais e agrícolas ), biodigestores e outros.
A ação do Prodeem está direcionada para o âmbito social, demonstrando aos governos estaduais, municipais e às populações a serem beneficiadas, a viabilidade e eficácia das soluções locais, neste caso, com o uso da energia fotovoltáica.
Seus benefícios são inúmeros e fundamentais para a integração econômica e social, uma vez que, leva energia às escolas, possibilitando iluminação de boa qualidade, criando cursos noturnos e fazendo uso de televisores, vídeo-cassete e antena parabólica; faz o bombeamento de água, gerando saúde e melhor qualidade de vida; cria hortas comunitárias e diminui a carência alimentar; conserva, em refrigeradores, remédios e vacinas dos postos de saúde; ilumina praças e vias; forma centros comunitários; garante a instalação de casas de farinha, secadores de grãos, pequenas irrigações, enfim, fixa o homem em sua região, reduzindo a migração para as áreas urbanas.
O Programa é financiado pelo governo federal, que através de licitação, adquire os equipamentos e remete-os aos interessados. Sua implementação requer o estabelecimento de parcerias com equipes regionais que se encarregam da coordenação e aplicação do programa, bem como o acompanhamento dos resultados. Em Alagoas, o Prodeem é desenvolvido pela Companhia Energética do Estado – Ceal e pela Fundação Teotonio Vilela.
EDITORIAL
Em todo o país, somente 55% dos domicílios rurais e 27% das propriedades rurais têm acesso à energia elétrica, o que indica que mais de 20 milhões de habitantes e 4 milhões de propriedades agrícolas são desassistidas de rede elétrica convencional. Em Alagoas, 51% de 1 milhão de habitantes da zona rural não têm energia elétrica em suas residências e, das 132.106 propriedades rurais, apenas 11,39% são atendidas por esse tipo de energia.
Apesar das metas já obtidas pelo setor energético nacional, povoados sem energia encontram-se em situação inadequada aos fatores de produção e promoção do progresso social, cuja junção social, econômica e cultural, dar-se-a via migração para os centros urbanos.
Diante deste fato, projetos que visam o desenvolvimento e aplicação de fontes energéticas alternativas em regiões carentes, alcançam um grau de importância surpreendente no país e no mundo.
Esta edição traz a você leitor(a), divulgações sobre os planos e metas da Fundação Teotonio Vilela, instituição privada, sem fins lucrativos, e da Companhia Energética do Estado de Alagoas – Ceal, em relação a aplicação da energia solar, ambas conscientes das necessidades energéticas do nosso Estado.
CEAL : HÁ MAIS DE QUATRO ANOS DESENVOLVENDO O PRODEEM EM ALAGOAS
Através de convênio firmado com o Ministério das Minas e Energia, em 1994, a Companhia Energética do Estado de Alagoas – Ceal, vem identificando comunidades carentes de energia elétrica, bem como, estabelecendo parcerias com as Prefeituras Municipais para implantação do Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios – Prodeem.
A Companhia atribui às prefeituras a tarefa de elaborar os projetos de instalação dos equipamentos fotovoltáicos, de acordo com as necessidades de cada comunidade. Concluída esta etapa, o órgão municipal envia o referido projeto à Coordenação Estadual da Ceal, que remete-o ao Ministério das Minas e Energia para posterior aprovação.
Ao receber os kits com o material, a Companhia inicia a montagem nas comunidades. Moradores da região são treinados para fazer a manutenção dos sistemas fotovoltáicos implantados.
Segundo o Coordenador Estadual do Prodeem, em Alagoas, Roberto Accioly, a Ceal já atendeu a várias comunidades em mais de dez municípios alagoanos e faz o acompanhamento, numa constante avaliação dos equipamentos e análise das falhas. Ocorrendo a instalação de rede elétrica convencional, os kits ora instalados são transferidos para outros locais de acordo com a necessidade.
EM CARÁTER DE EMERGÊNCIA
No último mês, em caráter de emergência, o governo federal enviou à Companhia Energética do Estado de Alagoas – Ceal, 76 sistemas de bombeamento de água, a fim de serem instalados nas regiões de maior seca do Estado. No município de Pão de Açúcar, por exemplo, foram implantados três sistemas de abastecimento, onde estudantes da Escola Técnica de Alagoas – Etfal, puderam acompanhar as instalações. A companhia ainda está aguardando que as prefeituras municipais indiquem e realizem mais projetos para beneficiar comunidades carentes.
FUNDAÇÃO AMPLIA PÓLO DE ENERGIA RENOVÁVEL EM ALAGOAS
Alagoas é o estado brasileiro que possui o maior número de residências atendidas por energia solar e o único que aplica os três tipos de sistemas energéticos existentes: o individual, onde cada domicílio tem o seu módulo fotovoltáico, satisfazendo às necessidades energéticas da família; o coletivo, onde a comunidade dispõem de uma estação de carga de baterias com sistema de troca, para as necessidades do dia-a-dia; e o comunitário, onde todos os setores sociais são eletrificados com fontes renováveis.
Esta conquista, deve-se a iniciativa da Fundação Teotonio Vlilela que, em complemento ao Projeto Luz do Sol, programa privado que garante energia a domicílios individuais, por meio de estações fotovoltáicas, vem promovendo, desde janeiro deste ano, a integração social e econômica de moradores do polígono da seca, através do Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios – Prodeem, do Ministério das Minas e Energia.
A Fundação pretende instalar um total de 79 sistemas solares em 44 comunidades, a maioria na região semi-árida, beneficiando aproximadamente 23.250 habitantes. Inicialmente, estes sistemas estão sendo implantados nas comunidades já assistidas pelo Projeto Luz do Sol, pois, além da iluminação doméstica, está sendo possível também a iluminação comunitária que é mais abrangente e contempla várias aplicações sociais e econômicas como escolas, igrejas, postos de saúde, centros de atividades profissionalizantes e outros.
Dentre os benefícios do Prodeem, o que demonstra ser o mais próspero para o habitante da seca, é o abastecimento de água. Em Alagoas, a maioria das comunidades está sempre sujeita a sérios períodos de estiagem, consequentemente, a falta de água constituti o maior problema das populações. Instalar os equipamentos de bombeamento e os sistemas fotovoltáicos energéticos para os dessanilizadores é, portanto, mais um valioso passo da Fundação.
MÁQUINA DE GELO
A máquina de gelo, criada por uma empresa americana – SIC Solar Ice Company, gerada a partir da radiação solar direta, utilizando amônia em ciclo fechado, é mais um projeto que a Fundação Teotonio Vilela desenvolve em Alagoas. Num prazo máximo de três meses, a instituição pretende instalar o equipamento nas comunidades de Cadoz, município de Coqueiro Seco e em Olho D aguinha, município de Delmiro Gouveia. A máquina tem uma capacidade de produzir 50Kg de gelo por dia e promete grande aplicabilidade em regiões produtoras de pescados e leite, além do aumento da renda familiar.
OUTROS SETORES DE APLICAÇÃO DA ENERGIA FOTOVOLTAICA
Instalação de cabine telefônica celular fotovoltaica
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Este sistema de cabine telefônica foi implantado pela TELASA - Telecomunicações de Alagoas S.A. A montagem e Instalação Foi realizado pela Alpha Celular ( Maceió - AL ) que utilizou painéis fotovoltaicos da Heliodinâmica S.A.
Composto por telefone público (a cartão indutivo), placa de energia solar e transceptor celular fixo, o TCP-F (telefone público celular fotovoltaico) resolve a questão da telefonia pública em locais distantes.
O TPC-F pode ser instalado em 24 horas em locais que haja sinal de telefonia celular. É resistente às interpéries e pode ser usado como orelhão, equipamento de comunicação de segurança e meio de comunicação de emergência em rodovias, entre outros.
CRÉDITOS
TEXTO: Adriana Amâncio de Almeida Oliveira e Claudia de Souza Soares Gusmão
ILUSTRAÇÃO: José Adnael Silva.
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